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O Museu da Lourinhã, com uma das coleções mais importantes de fósseis de dinossauros do Jurássico Superior do mundo, oferece uma nova experiência imersiva com óculos de realidade virtual, no âmbito do projeto de transformação digital do museu, cofinanciado por fundos europeus.
Já imaginou como seria caminhar ao lado ou passar por debaixo das patas de um ‘Supersaurus Lourinhanensis’ ou de um ‘Euronychodon Portucalensis’ dois dos dinossauros portugueses que podem ser encontrados no Museu da Lourinhã?
É isso que o projeto de realidade virtual implementado pela empresa tecnológica Cycloid, em parceria com a Vodafone, permite aos utilizadores descobrirem no Museu.
Através de óculos de realidade virtual e um controlador gerido com as mãos, o visitante vê-se transportado para o meio dos dinossauros, numa experiência sensorial e totalmente imersiva.
“Vemos um dinossauro mais ao longe e conseguimos dirigir-nos para lá, conseguimos rodá-lo e vê-lo na sua imensidão como se estivéssemos ao lado dele”, descreve Vital Rosário, presidente da direção do GEAL – Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã, que tutela o museu.
A experiência é particularmente interessante para grupos escolares, permitindo aos alunos terem uma perspetiva muito mais realista do que eram os dinossauros. Para chegar a este resultado, a Cycloid modelou os animais em 3D à escala real e utilizou os óculos Quest 2 da Meta, casa-mãe do Facebook e da Oculus.
A utilização de realidade virtual para mostrar estes dinossauros integrou-se num projeto mais alargado que tornou o Museu da Lourinhã no primeiro museu digital do país, com uma transformação que incluiu a digitalização do acervo, a implementação de quiosques digitais nas salas de exposição e o desenvolvimento de uma aplicação móvel.
O projeto teve um custo total de 50 mil euros e foi financiado pelo FEADER – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, através do PDR 2020 – Programa de Desenvolvimento Rural, Operação ‘Renovação de Aldeias’.
Sendo um museu antigo e tradicional, a digitalização e disponibilização da informação em várias plataformas permite torná-lo mais acessível a outro tipo de público. “Através dos quiosques digitais, da app para telemóveis e da realidade virtual, conseguimos agora ser acessíveis para diferentes públicos”, frisa Vital Rosário. “Tornámo-nos mais digitais e dessa forma também mais apetecíveis para ser visitados por outros públicos-alvo.”
Enquanto os quiosques oferecem mais informação sobre as peças que estão expostas ao longo do percurso expositivo, a aplicação móvel enriquece a experiência do visitante mesmo antes da deslocação ao museu.
Os próximos passos serão capitalizar nas capacidades das tecnologias já implementadas.
Uma das áreas em que estas tecnologias imersivas podem fazer a diferença é na expansão do alcance do museu, que está limitado pelo espaço físico onde está inserido. Por exemplo, a possibilidade de criar uma exposição virtual em que o visitante paga um bilhete para visualizar peças que não estão em exibição.
No Museu da Lourinhã, a renovação e modernização surtiu resultado, em especial após a quebra abrupta devido à pandemia de COVID-19. “Este ano estamos a ter um aumento significativo dos visitantes, já a equiparar a valores pré-pandemia”, revela Vital Rosário. A expectativa é de ultrapassar os dez mil visitantes este ano, o que, para este museu, “é um número bastante simpático.”
Fonte: MuseuLourinhã/DinheiroVivo