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O Centro de Simulação UalgTec Health, inaugurado este mês no Algarve, permite aos médicos ensaiar, repetir e errar através de “bonecos” de última geração que simulam casos clínicos, desde um parto a uma cirurgia, conseguindo piscar os olhos, chorar, gemer e até transpirar
Foi um dos projetos visitados pelos participantes na Reunião Anual de Avaliação entre a Comissão Europeia e as Autoridades de Gestão do Portugal 2020, em Faro.
Representou um investimento de dois milhões de euros, cofinanciado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa Operacional Regional CRESC Algarve 2020.
Situa-se no último piso da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve (UAlg), em Faro, e a sensação é a de estar num pequeno hospital, onde ao longo de um corredor existem salas de emergência, de cuidados intensivos, de obstetrícia, de imagiologia e um bloco operatório, entre outras.
Nas camas estão deitados simuladores que se aproximam de humanos: numa sala, uma mãe acaba de dar à luz, com o recém-nascido e a placenta ainda sobre o seu corpo, enquanto ao lado um bebé prematuro nascido com 800 gramas “cresce” numa incubadora. Nos cuidados intensivos, são monitorizados os sinais vitais de uma paciente, cuja respiração é visível.
No UalgTec Health há também uma sala onde é possível treinar cirurgias laparoscópicas, uma técnica cirúrgica mais moderna e menos invasiva, assim como ecografias, havendo ainda uma sala com um ecrã que apresenta um corpo humano tridimensional digitalizado no qual é possível fazer “cortes” e ver o seu interior.
Em alguns dos simuladores, que podem ser de baixa, média ou alta-fidelidade, há ainda a possibilidade de recorrer a óculos de realidade virtual, para ver em simultâneo o que ocorre dentro e fora destes “bonecos” que ajudam a treinar diversas práticas clínicas, contribuindo para acelerar a formação e prática dos médicos.
Em algumas das salas existem espelhos falsos, e é do outro lado do espelho que os formadores dão os comandos aos formandos, alterando os sinais vitais do doente e agravando ou desagravando o seu estado de saúde, para que se treine, também, a capacidade de reação perante situações inesperadas.
Estes comandos são possíveis através de um software “bastante avançado” que é programável, permitindo recriar uma série de situações clínicas, algumas que são mesmo casos reais, seja em situações urgentes, durante um parto, ou em contexto de cuidados intensivos, independentemente do tipo de patologia.
“O que nós tentámos foi conseguir simular quase desde a entrada do doente dentro do hospital até à sua saída”, exemplifica Alexandre Baptista, médico intensivista, notando que o centro está muito bem apetrechado, com tecnologia para as pessoas que procuram formação “em praticamente todas as áreas”.
Fonte: Observador/UAlg